Crítica: Entourage - Fama e Amizade

Por Fabricio Duque

“Entourage: Fama e Amizade” é a transposição às telas do cinema do seriado homônimo sobre os bastidores em Hollywood de um grupo de amigos que buscam fama, sucesso e reconhecimento profissional em um dos “universos" mais competitivos, “interesseiros”, "oportunistas" e “surreais" que existe, que foi ao ar nas telinhas por oito temporadas, iniciada em 2004, e finalizada em 2011. A narrativa do filme, que se passa logo após o final da série, com Ari e sua esposa na Itália, tenta ser fiel ao máximo, “pululando" de personalidades “famosas" (sendo elas mesmas) do mundo do showbiz e corroborando até a mesma estrutura de gênero. Assim, comporta-se como mais um episódio, porém estendido e com aura-ambiência à moda dos “pseudo" programas, ditos “não-ficcionais”, “quase" documentais, da MTV (que “estimula" o entretenimento midiático a todo custo), e menos da HBO (que procura o conteúdo-gênero-realista de ser). Aqui, o longa-metragem “brinca" de “Lip Sync Battle”, que pode ser traduzido como uma “batalha” em que celebridades “interpretam" outras celebridades e “tiram sarro” disso. É o novo conceito americano de ser: “Picardia existencial consentida” e rebatida. Cada um “aceita" suas próprias idiossincrasias e as “transformam" em publicidade e “bem público”. Outro característica de “Entourage" é sem dúvidas a afinidade com o espectador “fã”, visto  que foram oito anos “convivendo" com os dramas, pequenas vitórias, maturidades, “shits", fracassos, artimanhas e felicidades dos personagens, que “reescreveram" “Friends" (outro seriado mais "politicamente correto") com um toque mais humanizado e mais próximo da realidade. O filme é uma forma de “fechar" com chave de ouro a trajetória existencial deles, que “cresceram" e “aprenderam" o ofício (inclusive a lidar com as “máscaras”) até chegar ao Globo de Ouro. Se “Entourage: Fama e Amizade” é bom, definitivamente não dá para saber, a menos que você nunca tenha assistido ao seriado, aí, sim, será uma devida e “crível" crítica. Se deve ser assistido? Lógico. Não é sempre que atores como Liam Neeson, Jessica Alba e Mark Wahlberg (este o produtor desde o início, que afirmou que o longa é vagamente baseado em sua vida) “emprestam" seus nomes à ficção, sem esquecer também do “Eu vejo gente morta”, Haley Joel Osment. A sinopse conta a história do galã Vince (Adrian Grenier, o namorado de Anne Hathaway em “O Diabo Veste Prada") é convidado por seu ex-agente, atual poderoso de Hollywood, Ari Gold (Jeremy Piven), para estrelar um filme de seu estúdio. Ele concorda, desde que assuma também a direção do projeto. Um ano depois do início da produção, no entanto, nada parece pronto e os gastos já foram muito além do orçamento aprovado.