Crítica Convidada: Que Mal Eu Fiz A Deus?

Crítica Convidada

Por Natalie Majolo
nmajolo95@gmail.com
cinefilos.jornalismojunior.com.br

"Que Mal Eu Fiz a Deus?" é dirigido por Philippe de Chauveron (de "O Aluno Ducobu", "Ducobu 2"). Na comédia, Claude (Christian Clavier) e Marie (Chantal Lauby) formam um casal católico muito conservador. Seus preconceitos são colocados em pauta ao verem três de suas quatro filhas casarem com estrangeiros. Todas as esperanças de “colocar a família nos eixos” se põe na caçula, Laure (Elodie Fontan). Entre muitos ataques e piadas religiosas à mesa da família, o casal discute com os genros qual seria a melhor religião. Rachid (Medi Sadoun) é um advogado muçulmano que veio da Argélia; Chao (Frédéric Chau), um investidor chinês; David (Ary Abittan), um empresário judeu que sonha grande. Apesar das filhas casadas viverem confortavelmente e felizes, sua felicidade é questionada por não seguirem o modelo de família tradicional francês. A matriarca passa a ter depressão após tanta infelicidade familiar. Residentes na cidade interiorana de Chion, França, Marie, católica fervorosa, prefere até mesmo procurar a ajuda religiosa à psicológica, de um especialista, para tratar a doença. Felizmente, começa a se tratar em um psicólogo, que “abre” sua cabeça para todos os preconceitos que o casal têm. Ela diz ao marido: “antes de pedir compreensão deles, deveríamos compreendê-los”. A esperança da família volta à tona quando a caçula Laure anuncia que irá se casar com um católico – nada parecido com o que eles sonhavam. Ainda que a comédia seja bem crítica quanto aos preconceitos culturais, étnicos e religiosos, infelizmente não chegam a colocar em questão outra normalidade, também vista entre as famílias mundo afora. O modelo tradicional repercutido se aplica à lógica do patriarcado: em uma cena, após um jantar em família, os homens bebem e se divertem, enquanto as mulheres lavam a louça… e discutem sobre casamento. "Que Mal Eu Fiz a Deus?" é um filme que demonstra, acima de tudo, o amor das famílias, tradicionais ou não. Apesar das diferenças nas ideias e nos costumes, todos podem se entender, se amar e respeitar uns aos outros. Afinal, família é família – a gente gostando ou não.

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