Crítica: Minions

Por Fabricio Duque

A animação “The Minions”, dirigida pelos diretores Kyle Balda e Pierre Coffin (este último que também dublou a voz dos oitocentos e noventa e nove Minions) apresenta-se como um preâmbulo explicativo das origens milenares dos “funcionários-seguidores” do vilão de “Meu Malvado Favorito”, cujo filme aborda a “aceitação” humanizada da maldade (e da crueldade-picardia de se rir das pequenas tragédias alheias, como tombos, por exemplo – sem perder a ternura e o carinho afetuoso que um sente pelo outro). Aqui, as “criaturas amarelas” procuram um novo líder (um “bad evil boss”) para seguir. Talvez, o roteiro exija uma demasiada responsabilidade dos Minions, que passam de coadjuvantes a protagonistas; assim o que era “fofo” e de humor politicamente incorreto, é transformado em um infantil gênero pastelão (com direito à apelação de fisiologismos – flatulências e afins à moda de “Shrek”). Logicamente, é inegável a diversão, especialmente pelas passagens-versões da história do mundo e pela trilha sonora que inclui The Beatles, The Rolling Stones, The Kinks, Jimi Hendrix, The Turtles, The Doors, The Woo e trilhas de filmes como “Cantando na Chuva” e “Hair”. Os Minions (com uma língua-idioma chamada “Minionese”, que                mistura inglês, italiano, francês, espanhol, português, malaio, indonésio, e que mantém um banco de dados para que as palavras já inventadas sejam repetidas para dar a impressão que é um idioma de verdade) são criaturas pequenas, amarelas que têm existido desde o início do tempo, evoluindo a partir de organismos unicelulares em seres que têm apenas um propósito: servir “masters” da história (T. Rex, Genghis Khan, Napoleão), porém com o comportamento desastrado, os destrói acidentalmente. A trama acontece em 1968 e funciona como se fosse um “Meu Malvado Favorito – ano zero), e conta que estes seres entram em depressão desde a morte de seu antigo mestre, eles tentam encontrar um novo chefe. Três voluntários, Kevin, Stuart e Bob, vão até uma convenção de vilões nos Estados Unidos e lá se encantam com Scarlet Overkill (Sandra Bullock), que ambiciona ser a primeira mulher a dominar o mundo e se tornar a rainha da Inglaterra. Entre bananas, comédia de erros, acasos mirabolantes, sortes indecifráveis, “Minions”, também na versão 3D e dublado (que conta com a atriz Adriana Esteves que emprestou a voz a Scarlett, Sandra Bullock – que por sinal vivenciou seu primeiro papel de uma vilã no cinema) conclui uma experiência aquém da aguardada. Não é ruim, mas falta uma maior perspicácia dramática. Como foi dito, é apenas “fofo”.