Crítica: Valley of Love

Por Fabricio Duque
Direto do Festival de Cannes 2015

"Valley of Love", de Guillaume Nicloux (de "A Religiosa"), integra a mostra competitiva oficial. É uma pena que um filme que conta com a dupla veterana do cinema, Gerard Depardieu e Isabelle Huppert, "ganhe" o adjetivo vazio. A câmera acompanha a personagem em um hotel americano no Grand Canyon, e um pouco mais tarde seu encontro com seu ex-marido. Inicialmente, o espectador é conduzido à curiosidade temática, retratando a naturalidade exata do que se faz realmente quando se chega em um hotel. Sem sombras de dúvidas, a única maestria do filme é a "exploração" do embate idiossincrático entre franceses e americanos. A intolerância social versus simpatia hipócrita (e fofoqueira), criticando a "burrice" americana pela prepotência francesa. Aos poucos, o roteiro fornece o caminho e se apresenta extremamente frágil, mesmo ao personificar sintomas fisiológicos com a "espiritualidade" da busca incondicional e desenfreada pela "salvação" da alma, transformando o superficial em uma tentativa de aprofundamento. Com o "on the road", por exemplo, questões são lançadas do nada, soando "bobinho" e até mesmo patético, perdido nos gatilhos comuns, dando volta na mesmice. É desengonçado, amador, óbvio, surtado, exagerado, faltando direção e excedendo no sentimental. Como disse: uma pena!
Realizada inicialmente em 22/05/2015 e complementada em 27/05/2015.