Crítica: Sicario

Por Fabricio Duque
Direto do Festival de Cannes 2015

"Sicario" significa matadores no México e é com este tema (procedimento policial inter-fronteiras versus realidade sistemática) que Denis Villeneuve (de "Incêndios" e "O Homem Duplicado") lança seu novo filme na mostra competitiva oficial. Uma das maestrias (absolutas) do diretor é a forma como conduz a parte técnica: madura, segura e está no controle, principalmente a câmera que é desencadeada pela naturalidade. A atmosfera, fotografia e efeitos sonoros (assim como a música) ajudam a corroborar este total controle dos elementos. Porém quando o roteiro encontra seu lugar, a história encontra a estrutura tipicamente americana, com seus pequenos clichês e ações apoteóticas e espalhafatosas, construindo caricaturas em caricaturas, como o bandido tem sempre tatuagem, o policial com mais tempo usa chinelo, outro que bebe álcool no café, filhos como argumentos defensivos, a moralidade (uma mulher morta que está de sutiã - violência pode, nudez não) enfim, anda pelo limite tênue da qualidade visual e por ser mais um filme que se utiliza deste gênero extremamente patriótico. Um filme que será bem sucedido pelo universo americano e aos fãs da categoria de facilidade de uma história policial. 
Realizada inicialmente em 20/05/2015 e complementada em 27/05/2015.