Crítica: Meu Rei - Mon Roi

Por Fabricio Duque
Direto do Festival de Cannes 2015

"Mon Roi", de Maïwenn (de "Polissia"), pode ser considerada uma enxuta fábula-saga sobre relacionamentos humanos e seus estágios passionais, perpassando por humores subjetivos consequentes. Mas não é só isso. A diretora usa de sua característica principal, que é a naturalidade quase documental e intimista que acompanha a existência de seus personagens. Aqui, o humor em picardia, quase adolescente de bullying amigável, é que conduz a narrativa. São dois momentos intercalados. O pós tragédia de um acidente e o passado explicativo (não narrado e sim vivido). O roteiro idiossincrático (que gera a metáfora dos altos e baixos) vai da felicidade incondicional à loucura, da serenidade ao entendimento não resignado. Um filme de momentos - emocionais, engraçados e de uma incontrolável paixão visceral. E ainda conta no elenco principal com a diretora Emmanuelle Bercot (que abriu o Festival de Cannes deste ano com "Le Tête Haute" - que por sinal abrirá a edição 2015 do Festival Varilux de Cinema Francês).