Crítica: An

Por Fabricio Duque
Direto do Festival de Cannes 2015

"An", o novo filme da diretora japonesa Naomi Kawase (de "Still de Water"), foi o escolhido para a sessão de abertura da mostra Un Certain Regard. E corrobora seu estilo característico de humanizar a doença, transformando estágios vitimados em uma poética realidade naturalista. Aqui, a cineasta não deixa de lado a personificação da natureza, tampouco a velhice, que é vista com resignação tanto religiosa quanto inevitável. A personagem quer continuar se sentindo útil. É sentimental, mas sem ser clichê e sem ser piegas, incluindo uma verdadeira confissão da inveja da juventude. É sinestésico porque o espectador vivencia a emoção. Pode ser traduzido como uma critica à futilidade do tempo moderno que "mata" a simplicidade e a ideia de que "cada um tem significado em nossas vidas". Talvez este seja o filme menos passional e mais maduro de Naomi. Usando a extrema espontaneidade para traduzir complexidades. Realizada inicialmente em 15/05/2015 e complementada em 27/05/2015.