Crítica: Groupies Não Ficam Para o Café da Manhã

Por Fabricio Duque

É incrível como podemos encontrar gratas surpresas ao “zapear” canais. Uma delas é o filme alemão “Groupies Não Ficam Para o Café da Manhã”, de Marc Rothermund (“A Garota das Nove Perucas” e “Panorama”), sobre uma história de amor adolescente entre Lila que retornou a Berlim depois de passar um ano nos Estados Unidos e Chriz, vocalista da banda Berlim Mitte, fictícia, muito famosa e criada somente para a história. A narrativa utiliza-se de elementos do gênero romântico, mas fornece credibilidade às reviravoltas, “encontrando” mais o universo de “Um Lugar Chamado Nothing Hill” (substituindo a atriz Julia Roberts pelo “galã” Kostja Ullmann – vocalista do grupo), em versão jovem que os açucarados exemplos hollywoodianos. Logicamente, as ações precisam respeitar o gênero escolhido, com permissividades afetivas, rápidos desenvolvimentos e finais (“começos”) felizes. O roteiro ganha o espectador por se apresentar despretensioso, com uma maior naturalidade - apesar da condução pop e ao abordar a existência de comportamentos “virais” (e de “produtos plastificados” – tendo como referências “Jonas Brothers”, “One Direction” e até mesmo “Backstreet Boys”). Um dos pontos altos do filme é “estar” em companhia com a cidade de Berlim e seus “recantos”. Um longa-metragem que se comporta honestamente ao traduzir a histeria que essas bandas causam nos adolescentes. “E eu que achei que ele era gay”, diz o produtor, corroborando a estrutura de desconstruir o próprio universo abordado. Trocando em miúdos: diverte, principalmente pelo carisma de seus personagens.