EDITORIAL DO VERTENTES

O PROCESSOPara que um caminho seja posto em prática, é necessário que um processo exista. Lógico. A inerência da palavra pode ser traduzida, literalmente, como um seguimento. Um decurso. Soando como um conjunto de manipulações para obter um resultado, ora subjetivas, ora técnicas, ora obrigatórias e até mesmo ora oportunistas. É uma marcha das fases normais ou mórbidas dos fenômenos orgânicos. Mais uma vez, o óbvio ululante se apresenta. Não há como sentimentos sensoriais, surtos subjetivos, intensidades latentes, medos preexistentes, covardias egocêntricas, conflitos discrepantes, alienações perdidas, positividades adversas, verdades deturpadas, opiniões reconstruídas, percepções adulteradas e tempos invertidos não existirem. Queremos tudo. E na atual conjectura, no exato instante que pensamos desejar. O querer mimado contrasta-se com o tempo, cuja escassez é projetada por pressas aceleradas da auto-invenção. Ou autopercepção. Cada vez a oportunidade de se experimentar Santiago de Compostela esvai-se, nos sugando a um universo “Buraco de Minhoca”. Talvez para os críticos de arte, na qual há o cinema, esse desvirtuamento atinja níveis mais elevados, por causa dos constantes e recorrentes bombardeios de opções de diversão possíveis e imagináveis, que buscam estrear todos de uma vez. Em hipótese alguma, a diversificação gera a negatividade, apenas a desenfreada trajetória diária destes profissionais que necessitam delegar experiências, exposições, exibições a outros. Perde-se o todo. Fragmenta-se. O que sobra desencadeia a sensação do vazio, da falta e até mesmo da morte. O ano começa, e nosso site busca arduamente produzir de forma rápida e consistente. É difícil. Muito difícil. Tanto que criamos a expressão PPP: Pausa Para Produzir, que quer dizer um tempo para que os argumentos (percepções e opiniões) possam ser analisados, digeridos, processados e devidamente publicados. Não desistimos! Só estamos em produção. Aguarde!