Crítica: 1001 Gramas


Por Philippe Torres

A escolha da Noruega para representa-la na premiação de melhor filmes estrangeiro, 1001 Gramas, traz a história de Marie, uma cientista que fiscaliza as mais diversas formas de medição conhecidas. O instituto para o qual trabalha tem orgulho do modelo perfeito de 1 kg, usado como referência em todo o país. Em um determinado momento, a cientista deve levar o protótipo a um congresso na França, primeira vez que seu pai, uma lenda no ramo, não poderá levar. A película começa de forma bastante mecanizada, as ações da personagem principal acompanha tal característica, caricata, representando sua regrada experimentação sobre o real, ou seja, uma mulher que segue as riscas as ações do mundo, assim como o faz em seu trabalho, onde tudo deve ser exato. A cor azul é uma constante nesse momento do filme, tentando explicar o equilíbrio. A fotografia acompanha a direção de arte e utiliza-se da mesma cor para criar uma imagem mais fria e equilibrada. Ainda no primeiro ato é possível observar a presença da cor vermelha, mesmo que contida, cena importante na construção da personagem, quando esta está medindo uma pista de ski, onde chega apenas ao limite da cor azul, não deixando o vermelho entrar. Importante pois, a partir do segundo ato, onde alguns acontecimentos fazer o emocional da personagem cair, repara-se uma fotografia escurecendo-se, mas, principalmente com a chegada do personagem vivido por Laurent Stocker, o vermelho toma a vida da personagem. Seu carro azul, uma marca desde o início do filme, é substituído depois de um acidente por um mesmo, porém, de cor vermelha. Esta cor passa a representar o desequilíbrio necessário para a vida. As atuações deixam de ser não naturais e assumem uma forma naturalista. Quanto pesa a vida? Descubra.