Crítica: Você Não Me Pega, Papai


Por Philippe Torres

O thriller de suspense do diretor Daniel Wolfe apresenta a história de uma mulher que fugiu de casa com seu namorado. Seu pai então, contrata caçadores de recompensa para recuperar a filha. Não há exposição de qualquer motivo maior que poderia influenciar o pai a tal feito, talvez a não aprovação do namorado, mas não é dito com clareza. Contudo, o que poderia ser um problema, aparece como elemento importante na construção do roteiro, esperamos a resposta que não vem. A película é dotada de uma fotografia caracterizada pela presença de poucas cores, a não ser pelos closes usados pelo diretor nos olhos de Laila. Ponto positivo, uma vez que cria uma atmosfera perturbadora. A longa extensão da trama, porém, faz a avaliação do filme cair. Conflitos que poderiam ser rapidamente resolvidos (roteiristicamente falando) são alongados sem qualquer motivo, tornando o filme chato e cansativo em alguns momentos. A visceralidade que, em alguns momentos são o ponto alto do filme, em outros exagera sem qualquer razão, preferindo mostrar a esconder, perdendo a oportunidade de causar maior impacto dramático. O diretor tenta sair de um modelo pré-estabelecido comercialmente, sair do convencional, mas nem sempre a ousadia da certo. Bom, mas nem tanto.