Crítica: A Princesa da França


Por Fabricio Duque

“The Princess Of France”, do diretor argentino MATIAS PIÑEIRO, o mais novo queridinho de seu país, experimenta uma narrativa que busca abrigo na cinefilia francesa clássica (e nova de François Ozón) e de Tsai Ming Liang. Aborda Shakespeare, mas está mais para Abdellatif Kechiche com sotaque espanhol típico dos filmes realizados em sua terra de origem. Sabe conduzir o filme "fechando a lente ao corpo", em uma verborragia sóbria da releitura (em capítulos) de um poema do poeta inglês. "Equilíbrio, geometria e balanço", são os "pilares" de sua trilogia. Esta é a segunda parte e conta que um ano após a morte de seu pai, o jovem diretor de teatro Victor retorna a Buenos Aires com o intuito de reunir sua antiga companhia de teatro e adaptar para o rádio a peça Love’s Labour’s Lost, de Shakespeare. Ao descobrir que sua namorada Paula está desaparecida, Victor passa a se envolver com uma série de mulheres, entre elas Ana, com quem flertava por e-mail, e Carla, uma desconhecida que desperta novos sentimentos no diretor. Cada vez mais confuso, Victor se deixa enredar pelos novos relacionamentos, que se misturam com a peça que está adaptando. Exibido no Festival de Toronto e no Festival de Locarno 2014.