Crítica: Pessoas Em Lugares


Por Philippe Torres

Definitivamente o nome dado ao filme faz jus a seu conteúdo. Nada mais que Pessoas em Lugares. A película traz, de forma aleatória, uma miscelânea de sentimentos da condição humana e estes transmitidos para a representação comédia. Conta vinte histórias curtas em uma crônica social surrealista, brincando com os sentimentos, o cotidiano, os medos e a cultura humana. Em uma das passagens, exemplificando a loucura aqui representada, um homem volta a ensinar pessoas a andar, beber, dormir. Uma expressão do mundo, contado de forma hilária! A ousadia de Juan Cavestany está em sua escolha por uma câmera digital na mão. Ousado, pois não está aqui a trazer uma história que pretende apresentar uma representação do real, mesmo que esse fosse fantasioso. Aqui temos um mundo surreal que não se conecta! Sendo assim, o diretor mistura uma câmera geralmente usada para aproximar a obra do real para apresentar o surreal. Brilhante. Funciona nesse modelo. Justamente a arbitrariedade dos elementos que trazem o sentido a narrativa, a colagem (montagem) de dois elementos distintos e dispersos trazem um elemento de estranheza ao espectador, o que por si só já seria um êxito, mas esse sentimento, sobretudo, guarda a grande virtude do longa: A Comédia. Recomendadíssimo.