Crítica: Coming Home


Por Philippe Torres

Do diretor de O Clã das Adagas Voadoras, Herói e Lanternas Vermelhas, Zhang Yimou volta a trabalhar com a estrela chinesa Gong Li, que por sinal está magistral. Conta a história de um casal que é separado durante a revolução cultural chinesa, de Mao-Tsé Tung. Ao final do período ditatorial, o marido de Feng Wanyu (Gong Li) volta para casa, mas descobre que sua mulher adquiriu um tipo de amnésia. Ela reconhece momentos passados, mas não ao seu esposo vivido por Chen Daoming. O longa-metragem conta com grandes coreografias, a dança, que sempre teve importância nos filmes do diretor, narra um período histórico chinês de forma a contribuir com o primeiro ato, o momento da separação do casal. As cores presentes na fotografia são bastante apagadas, mostrando um sentido de igualdade, porém impotência dos cidadãos do regime. Contudo, apesar dos tons de marrom, o vermelho é marcante nessa paisagem e representa o poder do partido sobre todos aqueles. O verdadeiro vilão da história, mesmo pouco aparecendo. A constante luta do homem para que sua mulher possa reconhecê-lo novamente é poética. Os diálogos são usados nos momentos necessários, não há excesso de palavras, basta imagens. Com muitas cenas memoráveis, poucas palavras e muita coisa a dizer, a película traz uma história realista de amor que supera barreiras políticas, psicológicas e históricas. Recomendadíssimo !