Crítica: Belle e Sébastien


Por Philippe Torres

Espacializado na região francesa dos alpes, fronteiriça a suíça, "Belle et Sebastien" conta a história de Sebastião, um menino de apenas seis anos que vive solitário pela paisagem acima descrita. O garoto ajuda César, um velho camponês o qual tem a guarda do jovem, a fazer monótonas tarefas diárias. Contudo, logo de início temos o aviso de que algo está atrapalhando o cotidiano do pequeno vilarejo onde vivem. Uma “besta” vem atacando o rebanho de ovelhas. Obvio que a fera citada é Belle, uma cadela selvagem que constrói uma bela amizade com o personagem principal. Apresentado em uma narrativa bastante simples, "Belle e Sebastien" tem na fotografia seu ponto forte. Dificilmente tal técnica daria errado quando se trata da paisagem em questão, sabendo disso, o diretor Nicolas Vanier é inteligente ao adotar planos abertos com grande profundidade de campo, permitindo assim que comtemplemos o cenário. Ao apresentar, logo de inicio, que há uma ameaça no vilarejo, uma frase dita por César  no momento que está à caça da fera contempla o que virá pela frente: “Procuramos o leão e encontramos o cordeiro”. Na ocasião, o velho estava referindo-se literalmente a um cordeiro que salvará de algum caçador, mas a frase vai além. Belle é na verdade o cordeiro, o leão é representado pela ameaça nazista que chega a cidade (caçadores do cordeiro, não mostrado em primeiro momento). A fotografia passa a perder as cores quentes do primeiro ato, o inverno chega e o branco toma conta da tela. Tecnicamente bem filmado, mas com um roteiro previsível, "Belle et Sebastien" é uma película recomendada a um público família. O famoso filme sessão da tarde.