Crítica: Periscópio [Por Francisco Carbone]

RINGUE PESADO

Por Francisco Carbone

Dizer que faltam coerência e bom senso a essa produção parece infantil e redundante após assistir; a verdade é que isso provavelmente uma característica do diretor Kiko Goifman, e aí fica mais fácil entender o porque de tudo que vemos na tela, e de todas as suas deficiências, mais como pessoa do que como realizador. O que mais irrita na verdade é que fica claro que Goifman quer fazer algo artístico e abstrato propositalmente, e não ter aprendido nada com seu 'FilmeFobia', um filme que Brasilia avalizou e hoje fica tenso apedrejar. Mas se essa outra produção tinha ao menos um ponto de partida bacaninha, aqui só alguém sem nada na cabeça poderia ter cometido as 'artices' que Goifman cometeu. Em tese, um velho e seu enfermeiro se odeiam e só tem um ao outro. A narrativa acaba quando nasce o tal periscópio na sala da casa do velho, e isso obviamente os desestabiliza. Tudo bem... agora só em sonho Goifman poderia ser o Pasolini que julga. E da-lhe metalinguagem, banquete jogado na cara (juro que lembrei da clássica de 'Guerra dos Sexos') e muita, mas MUITA pretensão, correndo desordenada e a galope na tela do cinema.