Crítica: Backwater [Por Francisco Carbone]

Por Francisco Carbone

Até agora surpreso com esse novo filme do Shinji Aoyama, diretor que fez barulho com 'Eureka!' Anos atrás. Fui literalmente esperando uma coisa e recebi outra, mas não fazia ideia que a troca seria bem-vinda. Alguém está preparado para um filme japonês contemporâneo que use o sexo de forma tão natural e clara? Pois é justamente o sexo e seus desdobramentos que movem trama e personagens do filme, um núcleo familiar pra lá de desfuncional. De tanto bater na mulher durante o ato sexual, Medoka já não é mais casado e acabou se arrumando com uma jovem que igualmente apanha dele. No desabrochar da adolescência, seu filho Tomá descobre que talvez tenha os mesmos instintos que o pai e resolve lutar contra isso, e gradativamente vai colocando toda a família numa roda viva de desespero e violência. Muitas cenas de nudez e violência sexual são mostradas no filme de forma tranquila e sem grilos, pena que não são cenas nada bonitas plasticamente. O diretor queria tratar de uma alegoria souber crise familiar nos dias de hoje, e acabou criando uma parábola sobre as relações entre homens e mulheres no prazer carnal. Um filme pra conferir e analisar com cuidado.