Crítica: Sozinha [Por Francisco Carbone]

Por Francisco Carbone

Três meninas vivem (quase) sozinhas numa realidade de pobreza extrema numa região rural na China. Numa escadinha de idades (10, 6 e 4), as irmãzinhas trafegam entre o charme e a graça das crianças que lidam com um mundo cruel e adulto, cenas de pobreza/sujeira extrema e um retrato cruel do seu país hoje, numa metáfora sobe a crise que assola o mundo atualmente. Pois bem, estão na mesa as cartas desse documentário que por muitas vezes te deixa mudo com imagens desoladoras, mas com meia hora de duração tudo ja estava exposto e assimilado, toda a reflexão sobre a miséria humana em particular e no coletivo ja estava evidente. Mas o filme permanece... E da-lhe a repetição, com as meninas mais uma vez cuidando dos porcos maiores que elas, almoçando ora sozinhas, ora com a tia, ora com o pai semi desaparecido, brincando e se divertindo alheias ao caos a sua volta, e até catar piolho umas nas outras chega a reincidir. Enfim, o diretor Wang Bing nos mostra um lado nada inocente dos dias de hoje, mas o faz tantas vezes que sua mensagem não é esquecida, mas chega perto do limite do que é necessário ou não.