Crítica: Sapi [Por Francisco Carbone]

Por Francisco Carbone

Incrível como um diretor como Brillante Mendoza anda errando. Recebido como a nova salvação do cinema há uns 5 anos, desde o ano passado mostra que pode ter sido uma andorinha de verão, o que volta a acontecer com esse 'Sapi', espécie de cartilha sobre crendices populares filipinas nos dias de hoje, com práticas de exorcismo super consideradas normais e corriqueiras. Isso é um ponto mais que positivo do filme, colocar um assunto que é mostrado pelo cinema americano como sinônimo de terror, medo e susto num contexto ordinário e banal, onde qualquer criança e vizinhança reconhece (e que é alvo de preconceito social, vejam só!). Mas o que começa de forma promissora usando o 'mockumentary' de forma honesta (afinal, há uma disputa entre redes de televisão para mostrar os exorcismos ao vivo), aos poucos vai viajando além da conta, culminando em cortes bruscos e cretinos. Agora é aguardar porque o festival tem mais um Mendoza esse ano ('Vosso Ventre') que dizem ser excepcional. Em nome de alguém que entregou 'Lola' e 'Kinatay', nós respeitamos e aguardamos. Nesse aqui a inventividade que já vimos com ele passa bem longe.