Crítica: Gravidade 3D [Por Francisco Carbone]

Por Francisco Carbone

Sabe o que passaremos anos ouvindo e discutindo? Comparações entre a aula de cinema que é o '2001' de Kubrick e o novo filme do neo-gênio Alfonso Cuaron. Sem querer discordar de A, B ou C pessoas que insistirem nos paralelos, a verdade é que acho una grande bobagem qualquer forma de colocá-los em paralelas, simplesmente porque em tudo eles são diferentes, propostas, intenções e rumos. Dito isso, fica o básico com o que o cinema lida, o bom cinema: manipular nossas emoções sem que percebamos ou importemos. Nesse sentido, 'Gravidade' é espetacular, uma festa para olhos e ouvidos; nesse sentido, e em todos os outros também. Na condição de quem aguardava o filme novo do maravilhoso diretor de 'Filhos da Esperança', o filme funciona; pra conferir a quantas anda a capacidade de George Clooney estar sempre nos projetos certos, também; para conferir o melhor trabalho técnico em conjunto de 2013, o filme embasbaca; e pra dar a mão a palmatória sobre que atriz Sandra Bullock decidiu se tornar, o filme impressiona. Deixei de citar algo? Ah sim, deixei: esqueça qualquer papo teórico sobre 'Gravidade' (sim, isso vai rolar muito; sim, o triunfo do espírito humano; sim, a vastidão do universo coloca o ser humano em seu devido lugar; sim, na hora H, nossos corações e mentes sempre estarão cada vez mais conectados com nós mesmos, deixando o egoísmo de lado). Um dos grandes filmes de 2013 não precisa te convencer de nada, ele é explícito e safadamente te arremessa numa viagem tão intensa e profunda, que só nos resta esperar ansiosos pela estreia dia 11, em busca de novas sessões desse petardo de som, fúria e alma.