Crítica: Apenas Deus Perdoa

Por Francisco Carbone

A metralhadora trabalhou tanto na direção desse filme em Cannes que eu esperava bem menos. Lógico, dá uma tristeza quando lembramos que antes dele veio 'Drive', mas Nicolas Winding Refn se mantém no clima do anterior, ainda com a pegada visual bem marcada e novamente um Ryan Gosling monossilábico. Se lá a trama curta era um molho bem bacana, aqui a impressão que temos é de assistir somente ao prólogo da ação. Mas é um bom prólogo.Uma dupla de irmãos norte americanos vive na Tailândia ganhando dinheiro como apostadores de lutas. Quando o mais velho estupra e mata uma jovem, logo vira alvo do pai da menina e acaba assassinado. Com a chegada da mãe de ambos (uma sutilmente ameaçadora Kristin Scott Thomas) para forçar uma vingança, o mais jovem vai descobrir que tem um rival a altura em crueldade e perseverança sanguinária.Nada me pareceu exagerado, nem a fotografia estilizada, nem o som muito bem marcado, nem a montagem áspera. Se sobram grandes personagens, falta estofo a cada um deles, e por todos eles sofremos um roteiro que os abarque na totalidade.