ESPECIAL: O Papa em DEZ Filmes

A Figura do Papa em 
Dez Filmes 

Por Fabricio Duque

A Igreja Católica não se via, há muito tempo, um resultado tão satisfatório de renovação da fé cristão como agora. O Pontífice tem nacionalidade argentina, fama de astro de rock pop, e busca seguir o mesmo caminha da simplicidade de São Francisco de Assis, como mostra a foto ao lado – até chimarrão foi compartilhado (em 26/07/2013). Independente da religião e ou crença de cada um, temos que admitir o alto grau de simpatia e humildade do novo papa Francisco. Nascido Jorge Mario Bergoglio, numa família de imigrantes italianos, é 266º pontífice e atual chefe de estado do Vaticano, sucedendo o Papa Bento XVI, que abdicou ao papado em 28 de fevereiro de 2013. Podemos parafrasear o ditado popular, quando usamos “agrada a gregos e troianos”. É verdade, já que na Jornada Mundial da Juventude há evangélicos, umbandistas, budistas e outros. Não estou aqui para questionar os dogmas e as regras eucarísticas e ou se estão certas ou erradas, mas sim para traçar um paralelo do cinema com a figura mais importante da Igreja Católica. Em DEZ filmes, sentiremos a presença religiosa, da comédia ao drama, com tom polêmico e ou engraçado.


O BANHEIRO DO PAPA (El baño del Papa, de Enrique Fernandes, Uruguai, 2007). Representa o exemplo mais explícito que vivemos nesta recente não ficcional da visita do Papa. A trama do filme conta que em 1998, na cidade de Melo, fronteira entre o Brasil e o Uruguai, o local estava agitado, devido à visita em breve do Papa. Milhares de pessoas virão à cidade, o que anima a população local, que vê o evento como uma oportunidade para vender comida, bebida, bandeirinhas de papel, souvenires, medalhas comemorativas e os mais diversos badulaques. Beto (César Trancoso), um contrabandista, decide criar o Banheiro do Papa, lugar que as pessoas poderão se aliviar durante o evento. Mas para torná-lo realidade ele terá que realizar longas e arriscadas viagens até a fronteira, além de enfrentar sua esposa Carmen (Virginia Mendez) e o descontentamento de Silvia (Virginia Ruiz), sua filha, que sonha em ser radialista.

MUDANÇA DE HÁBITO (Sister Act, de Emile Ardolino, Estados Unidos, 1992). Representa a modificação da estrutura da Igreja, buscando a modernização pela inclusão social, como a música do próprio meio em que se vive. Em Reno, Nevada, Deloris Van Cartier (Whoopi Goldberg) é uma cantora que acidentalmente testemunha um brutal assassinato cometido pelo seu namorado, Vince LaRocca (Harvey Keitel), um gângster. Enquanto tentam capturar Vince, um detetive, Eddie Souther (Bill Nunn), é encarregado de protegê-la. Deloris é colocada no programa de proteção às testemunhas e é mandada para um convento em São Francisco disfarçada de freira, usando o nome de irmã Mary Clarence. Mas seu jeito extrovertido, que não é aprovado pela Madre Superiora (Maggie Smith), dando uma nova vida ao coral, chamando a atenção das pessoas e de Vince, inclusive do Papa, que aparece de costas na última cena. 

TROPA DE ELITE (de José Padilha, Brasil, 2007). “Bota na conta do Papa!”, foi um bordão popularizado pelo capitão Nascimento, personagem do filme Tropa de Elite. No longa-metragem de ficção, após uma cena de tortura de um traficante de favela durante operação preparatória para a visita do Papa João Paulo 2º ao Rio, em 1997, ele autoriza a execução do homem usando a frase referida. A trama conta o dia-a-dia do grupo de policiais e de um capitão do BOPE (Wagner Moura), que quer deixar a corporação e tenta encontrar um substituto para seu posto. Paralelamente dois amigos de infância se tornam policiais e se destacam pela honestidade e honra ao realizar suas funções, se indignando com a corrupção existente no batalhão em que atuam.

HABEMUS PAPAM (de Nanni Morreti, Itália, 2011). Sobre a estrutura da Igreja e a possível depressão do Papa. Considerado como “filme-premonição”, visto que não muito tempo depois da exibição nos cinemas, a história (não ficcional) mostra a renúncia do Pontífice. É obrigatório, porque sem este acontecimento, o papa Francisco não seria o ser supremo da Igreja. A sinopse. Após a morte do Papa, o conclave do Vaticano se reúne para escolher seu sucessor. Após várias votações, enfim há um eleito. Os fiéis, amontoados na Praça de São Pedro, aguardam a primeira aparição do escolhido (Michel Piccoli), mas ele não vem a público por não suportar o peso da responsabilidade. Tentando resolver a crise, os demais cardeais resolvem chamar um psicanalista (Nanni Moretti) para tratar o novo Papa.

IRMÃO SOL, IRMÃ LUA (Fratello sole, sorella luna, de Franco Zeffirelli, Itália 1972). Nada melhor que este filme para exemplificar a condução escolhida pelo Papa Francisco. A trajetória da vida de São Francisco de Assis (Graham Faulkner), que quando jovem era filho de comerciantes ricos e desfrutava de vinho, mulheres e canções sem ter nenhuma preocupação. Quando a guerra e a doença assolam a região onde vive, ele sofre uma grande transformação. Ao aparecer diante do bispo local e tirar suas roupas renuncia sua vida prévia para se dedicar a Deus. Mas sua pregação só iria chegar ao ápice ao ir para Roma, para ter uma audiência com o papa Inocêncio III (Alec Guinness).

INDIANA JONES E A ÚLTIMA CRUZADA (Indiana Jones and the Last Crusade, de Steven Spielberg, Estados Unidos, 1989). Mesmo sem a presença figurativa do Papa, o filme vale-se pelos princípios simplistas que o Papa Francisco deseja resgatar, como por exemplo, substituir o ouro pelo barro, metáfora ao Santo Graal, uma expressão medieval que designa normalmente o cálice usado por Jesus Cristo na Última Ceia, e no qual José de Arimateia colheu o sangue de Jesus durante a crucificação. O arqueólogo Indiana Jones (Harrisson Ford) tem acesso a um misterioso envelope que contém informações sobre a localização do lendário Santo Graal. Quando seu pai, o professor Henry Jones (Sean Connery), é sequestrado pelos nazistas, o aventureiro irá embarcar numa missão perigosa para salvá-lo e impedir que a relíquia sagrada encontre mãos erradas.

LISZTOMANIA (Lisztomania, de Ken Russell, Reino Unido, 1975). Um longa-metragem de comédia biográfica fantasiosa, tendo o ex-beatle Ringo Starr interpretando um debochado Papa. O filme retrata a Liszt como a primeira estrela de rock, com fanáticos, escândalos e groupies. Começa quando, depois de um recital, recebe um convite da princesa Caroline de San Petersburgo e inicia uma relação com ela, deixando para trás seu amante Marie d´Agout e seus filhos.


AMÉM (Amen, de Costa-Gavras, franco-germano-romeno, 2002). Kurt Gerstein (Ulrich Tukur) é um oficial do Terceiro Reich que trabalhou na elaboração do Zyklon B, gás mortífero originalmente desenvolvido para a matança de animais, mas que é usado para exterminar milhares de judeus durante a 2ª Guerra Mundial. Gerstein se revolta com o que testemunha e tenta informar os aliados sobre as atrocidades nos campos de concentração. Católico, busca chamar a atenção do Vaticano, mas suas denúncias são ignoradas pelo alto clero. Apenas um jovem jesuíta lhe dá ouvidos e o ajuda a organizar uma campanha para que o Papa (Marcel Iures) quebre o silêncio e se manifeste contra as violências ocorridas em nome de uma suposta supremacia racial.

AS SANDÁLIAS DO PESCADOR (The Shoes of the fisherman, de Michael Anderson, Estados Unidos, 1968). O clima no Vaticano anda apreensivo. Católicos no mundo todo aguardam os cardeiais decidirem quem será o novo papa. Quando a fumaça branca finalmente surge a espera acaba: O bispo Kiril Lakota (Anthony Quinn), um político russo recém-liberto do cativeiro, é escolhido para liderar a Igreja Católica. Logo, sua atuação como pontífice ganhará ares políticos, pois ele é chamado para intervir na crise entre Rússia e China.

2012 (Roland Emmerich, Estados Unidos, 2009). O filme simboliza a metáfora de uma era pré Papa Francisco, quando a figura (o Papa) desaba com todo o peso de sua Igreja sobre seus fiéis. O presidente americano (Danny Glover) convoca uma reunião de emergência com as principais potências para conversar sobre um grande perigo para a humanidade. Os anos passam e, com a proximidade de 2012, as autoridades decidem que não é mais possível conter o perigo eminente que pode significar o fim do mundo. Com isso, colocam em prática o plano iniciado anos atrás, sob o comando dos cientistas Adrian Helmsley (Chiwetel Ejiofor) e Carl Anheuser (Oliver Platt). Enquanto isso, o escritor Jackson Curtis (John Cusack) leva sua vida de marido separado, pai de dois filhos, como motorista de limusine e tendo que aturar as reclamações da ex-mulher (Amanda Peet). Ao levar os filhos para passear, ele descobre os primeiros sintomas da destruição do planeta. Hoje, não ficcionalmente, a História mostra que a Igreja consegue se reerguer graças à figura carismática do Papa Francisco.