Pílula-Crítica Cannes: Michael Kohlhaas

No século XVI, na região de Cévennes, na França, vive o vendedor de cavalos Michael Kohlhaas (Mads Mikkelsen). Ele tem uma vida tranquila e próspera, até sofrer uma grande injustiça de um nobre poderoso. Michael, homem religioso e íntegro, não vai medir esforços para conquistar novamente sua honra, mesmo que seja preciso iniciar uma guerra por todo o país.  Uma adaptação do romance homônimo de Heinrich von Kleist. Com Mads Mikkelsen, Bruno Ganz, Sergi López . 

Por Fabricio Duque


O que dizer sobre "Michael Kohlhaas"? É chato, arrastado e sem uma direção definida, "caindo" na mesmice "cômoda" de de não sair da zona de conforto. O espectador é tão "paparicado" que soa como "uma puxada de saco" para que se aceite uma cumplicidade sem questionamentos e "inteligências". É cliché em cima de cliché. Apresenta-se como um telefilme novelesco de época em estilo videoclipe (constantes cortes e mudança de ângulos - um dos gatilhos comuns de se "manipular" o discurso, "dando" voltas sem dizer absolutamente nada). O protagonista da trama é o talentoso ator dinamarquês Mads Mikkelsen de "A caça", e mesmo assim, logicamente pela direção "preguiçosa" (visto que um bom ator é a "marionete" do diretor) não fornece consistência, tampouco atenção interessada de quem assiste. Por incrível que pareça, nem a fotografia e a música "salvam" a película do total desastre. A grande bomba de Cannes. Um filme de existencialismo "terrorista". O público olhava a hora do celular de dez em dez minutos. Seu diretor Arnaud des Pallières nasceu em Paris, em 1961. Estreou em longa-metragem com "Avenir Drancy" (1996), uma narrativa poético sobre judeus parisienses. Seu segundo filme, "Adeus" é sobre imigrantes ilegais em Paris. Fez também "Parque", uma adaptação do romance de John Cheever. Participou como ator em "A Coisa Pública", de 2003, filme de Mathieu Amalric.