Tudo o Que Você Sempre Quis Saber Sobre Sexo

Ficha Técnica

Diretor: Woody Allen
Roteiro: Woody Allen
Elenco: Woody Allen, John Carradine, Lou Jacobi, Louise Lasser, Anthony Quayle, Tony Randall, Lynn Redgrave, Burt Reynolds, Gene Wilder, Jack Barry, Erin Fleming, Elaine Giftos, Toni Holt, Robert Q. Lewis, Heather MacRae, Pamela Mason, Sidney Miller.
Fotografia: David M. Walsh
Trilha Sonora: Mundell Lowe
Produção: Jack Brodsky, Jack Grossberg, Charles H. Joffe, Jack Rollins
Distribuidora: Warner Home Vídeo
Estúdio: Rollins-Joffe Productions
Duração: 87 minutos
País: EUA
Ano: 1972

COTAÇÃO: MUITO BOM


A opinião

O diretor “neurótico” mais adorado de todos os tempos, Woody Allen, sempre direcionou seu cinema a uma atualidade desprovida de tabus. A análise do filme da vez daqui é “Tudo que você sempre quis saber sobre sexo, mas tinha vergonha de perguntar”, de 1972. Baseando-se no livro homônimo de David Reuben, o roteiro do próprio Woody apresenta-se como capítulos sobre o tema sexo, estruturados com humor sarcástico e em tom de comédia exagerada. O título curioso em Portugal, “O ABC do amor”, tenta fornecer a “possibilidade” de um filme possível a todo público. O diretor quebra barreiras, pós-movimento 1968, ao abordar orgasmos, espermatozoides, sodomias, e tantas outras. O longa-metragem é dividido em sete esquetes. “Os afrodisíacos funcionam?”, passando-se no passado, com direito a cinto de castidade e tudo, e um Woody Allen vivendo um bobo da corte sem graça nenhuma. Em “O que é sodomia?”, Gene Wilder apaixona-se por uma ovelha; “Por que algumas mulheres têm problemas de orgasmos?”, sobre uma mulher aparentemente frígida que só sente prazer tendo relações sexuais em público, neste Allen vivencia Fabrizio, um italiano, deixando explicita as intenções do diretor de homenagear filmes italianos (inclusive os diálogos são todos na linguagem desse país), particularmente “Casanova 70” e os dos diretores Michelangelo Antonioni e Federico Fellini. Em “Os travestis são homossexuais?, um homem casado gosta de vestir roupas de mulher; “O que são perversões sexuais?”, sobre um programa de televisão (há mais transgressão do que debater sexo na mídia mais consumida pelas pessoas?); “Os experimentos e as pesquisas sobre sexo feitas pelos cientistas médicos são válidas?”, um cientista “maluco” e sádico (uma paródia aos filmes de horror “Ed Wood”, por exemplo) faz tudo pela descoberta sexual da ciência; e o último “O que acontece durante a ejaculação?”, mostrando o funcionamento do corpo humano (personificado em “funcionários” humanos) no momento pré, durante e pós o ato sexual, destaque para um Woody Allen vivendo um medroso espermatozoide, “E se for um casal homossexual?”, ele diz e o riso do espectador acontece fácil. As histórias não se cruzam, porém não pode ser considerado um filme coral, e sim, como já disse, uma estrutura de esquetes, traduzindo um gênero situacional cômico. Woody Allen é gênio. E imprime em cada história uma transgressão aceitável (única e exclusivamente por ser comédia), vinda de um roteiro inteligente, “judeu” (assim como o roteirista), de sacadas extremamente sarcásticas, beirando o ridículo, o delírio e o absurdo, como uma tragédia grega. Mais do que recomendado.










LEIA SOBRE O DIRETOR  --> AQUI