Um Dia

Ficha Técnica

Direção: Lone Scherfig
Roteiro: David Nicholls
Elenco: Anne Hathaway, Jim Sturgess, Tom Mison, Jodie Whittaker, Tim Key, Rafe Spall, Joséphine de La Baume, Patricia Clarkson, Ken Scott, Heida Reed, Amanda Fairbank-Hynes
Fotografia: Benoît Delhomme
Música: Rachel Portman
Direção de arte: Katrina Dunn
Figurino: Odile Dicks-Mireaux
Edição: Barney Pilling
Produção: Nina Jacobson
Distribuidora: Paramount Pictures Brasil
Estúdio: Color Force, Film Four, Random House Films
Duração: 107 minutos
País: Estados Unidos
Ano: 2011
COTAÇÃO: ENTRE O REGULAR E O BOM



A opinião

“Um dia”, baseado na best-seller de David Nicholls, que também assina o roteiro do filme, tem direção de Lone Scherfig, cineasta dinamarquesa de “Educação” e que participou do Manifesto Dogma 95 com a comédia “Italiano para Iniciantes”, com este, ganhou o Urso de Prata no Festival de Berlim do ano seguinte. E obteve sucesso de público, tornando-se o filme escandinavo de maior bilheteria até hoje, apesar de ter sido filmado com um orçamento de menos de um milhão de dólares. A diretora busca construir a narrativa pela não linearidade, desejando a atmosfera de lembrança nostálgica. A história inicia-se por um ponto do passado, regredindo a um passado mais longínquo, depois há o retorno ao ponto inicial, seguindo aos dias atuais. As passagens de tempo personificam em 15 de julho, Dia de São Swithin (o bispo de Winchester, clamado por duas doações para caridade e construção de igrejas), enterrado na Catedral de Winchester e perpetua-se a tradição inglesa de que se houver chuva, alguma coisa permanecerá (por quarenta dias), significando uma mudança positiva ou negativa. Emma (Anne Hathaway, de “Amor e Outras Drogas”, “Diário da Princesa”, “O Segredo de Brokeback Mountain”) é uma jovem sonhadora que quer mudar o mundo, mas que se torna realista ao longo do tempo. Ela trabalha num restaurante que ela chama de “Cemitério de ambição”.


Dexter (Jim Sturgees, de “Across The Universe”, “Quebrando a Banca”, “A Outra”) é um rapaz de família rica que só quer se divertir. Ele apresenta-se como fútil em se terno Armani e cueca Calvin Klein. Depois de passarem o dia 15 de julho de 1988 juntos, os dois começam uma amizade que irá se estender por suas vidas. Nos 20 anos seguintes, momentos importantes da relação são revelados, sempre nessa mesma data, 15 de julho. Eles passam por etapas importantes de seus amadurecimentos pessoais na companhia um do outro e separados. Aos poucos, eles percebem que o que buscam está bem mais perto do que imaginam. O roteiro mostra a construção do futuro e os caminhos escolhidos, que os leva às conseqüências satisfatórias ou não. Em um instante, Dexter trabalha na televisão e é famoso. Em outro, sente a frustração da novidade. Ela, a frustração e pessimismo inicial da carreira. Depois, consegue o que realmente deseja.


As reviravoltas sentimentais, entre eles, permeiam a história que tenta ser natural, mas soa forçado. Como a cena do filho com a mãe, que transpassa uma teatralidade superficial; e ou a mãe doente que questiona as escolhas do filho “É a medicação”, diz. “O futuro nunca é. Isto que o torna tão interessante”, ouve-se sobre os altos e baixos da vida. Com trilha pop, incluindo Robin Williams em “Angel”, procura-se o senso de humor superestimado. “Não sou solitária, sou sozinha”, desculpa-se. O final trágico destoa, transformando-se numa apelação melodramática, pseudo-alternativa e afetada, tanto na interpretação, quanto na trama em si. Daí, segue-se a autodestruição, culpas e uma necessidade latente da redenção apaixonada. Concluindo, um filme que procura o humor inglês – ácido e liberal – mas encontra o lado hollywoodiano do drama. Perde-se por tentar agradar gregos e troianos e por querer inserir inúmeras vertentes narrativas e de atmosferas, como a comercial e a independente. Com seus altos e baixos, sem muito a oferecer, traduz-se apenas como um filme entre o regular e o bom.




A Diretora

Lone Scherfig nasceu em Copenhague, 2 de maio de 1959, é uma cineasta dinamarquesa. Formada em Cinema em 1984, estreou como diretora em 1990, com o filme Kaj's fødselsdag. Alinhou-se ao movimento Dogma 95 ao dirigir a comédia Italiensk for begyndere (Italiano para principiantes), em 2000. O longa-metragem lhe valeu o Urso de Prata no Festival de Berlim do ano seguinte. Além disso, obteve sucesso de público, tornando-se o filme escandinavo de maior bilheteria até hoje, apoesar de ter sido filmado com um orçamento de menos de 1 milhão de dólares. Em 2009, dirigiu “Educação", baseado no livro autobiográfico do jornalista britânico Lynn Barber. O filme recebeu três indicações ao Oscar, nas categorias de Melhor Filme, Melhor Atriz (Carey Mulligan) e Melhor Roteiro Adaptado.

Filmografia

2011 - Um Dia
2009 - Educação
2007 - Hjemve
2002 - Wilbur Wants to Kill Himself
2000 - Italiano Para Principiantes
1998 - Når mor kommer hjem
1990 - Kaj's fødselsdag