Elenco: Jake Gyllenhaal, Michelle Monaghan, Vera Farmiga, Jeffrey Wright, Russell Peters
Fotografia: Don Burgess
Música: Chris Bacon
Direção de arte: Pierre Perrault
Figurino: Renée April
Edição: Paul Hirsch
Produção: Mark Gordon, Philippe Rousselet, Jordan Wynn
Distribuidora: Imagem Filmes
Estúdio: Vendome Pictures / The Mark Gordon Company
Duração: 93 minutos
País: EUA, França
Ano: 2011
COTAÇÃO: ENTRE O BOM E O MUITO BOM
A opinião
“Contra o Tempo” utiliza o gênero de ficção cientifica a fim de contar a história do capitão Colter Stevens (Jake Gyllenhaal, de “Brokeback Mountain”), que acorda no corpo de um viajante desconhecido e, oito minutos depois do fato estranho, é testemunha da explosão de um trem. A missão dele é descobrir o responsável pela explosão. O diretor britânico Duncan Jones, filho do astro do rock David Bowie, conquistou notoriedade no premiado filme anterior “Lunar” (também de ficção científica, sobre um homem que experimenta uma crise pessoal enquanto se aproxima do final de uma missão de três anos para minerar hélio na Lua) e repete o sucesso no seu recente trabalho, que pode ser definido como um thriller psicológico – manipulando o entendimento do espectador pela narrativa de construção. Utilizando inúmeras referências cinematográficas, como por exemplo, o filme “Efeito Borboleta”, tenta recriar a atmosfera da Teoria do Caos, interconectando o lado físico (cérebro) à probabilidade do acontecimento futuro.
Infere-se também à franquia “Premonição”, por investir na idéia da sensação prévia, que com o adicional de ser projetada com recursos da ciência, a torna mais palpável e concreta, mesmo sabendo que este estudo não é totalmente garantido. O roteiro de Ben Ripley (de “Especies”) é o ponto alto do filme, já que conduz com despretensão a rede de conexão entre o elemento que precisa ser apresentado, o que necessita ser confundido e a fusão dos dois, gerando um resultado extremamente satisfatório. É um filme jogo, que não espera nada. Deixa acontecer. O espectador mergulha, sem olhar ao relógio, no argumento oferecido. Simples, sutil, sem ser tendencioso. O ator escalado para interpretar o protagonista é Jake Gyllenhaal, americano, filho de um cineasta e de uma roteirista de cinema, mostrando competência desde “Amigos, sempre Amigos”, de 1991, passando por “Donnie Darko”, “A Prova”, “Zodíaco”, “Amor e outras drogas”, entre outros.
O seu personagem compartilha com quem se encontra do outro lado da tela o próprio desconhecimento sobre até mesmo quem ele é. Esta investigação “interativa” permeia a trama, inserindo elementos – e detalhes. O objetivo é confundir para que seja ampliado o universo narrativo. Percebemos que o Capitão faz parte de um projeto ultra secreto denominado “Source Code” (título do filme no original) capaz de transportar um homem para o corpo de outro, assumindo a sua identidade nos oito minutos de vida restantes de cada alvo escolhido para a "ocupação". A história foca no atentado terrorista que explodiu um trem nos arredores de Chicago, matando todos os passageiros. A missão do nosso personagem é voltar no tempo, no corpo de uma das vítimas e tentar descobrir o autor do crime porque um novo ataque será realizado dentro de seis horas. Ele se apaixona por Christina (Michelle Monaghan, de “A Supremacia Bourne”, “Constantine”, “Sr. e Sra. Smith”, “O Amigo da Noiva”), uma das vítimas do trem, e pretende mudar a história, alterando as regras do jogo e colocando o futuro em risco. Concluindo, um thriller de ficção cientifica que joga positivamente com o espectador, prendendo a sua atenção do inicio ao fim. Vale à pena assistir. Recomendo.
O Diretor
Duncan Jones nasceu em Beckenham, 30 de maio de 1971. É um cineasta inglês, notório por pelo premiado “ Lunar”), e por ser filho do astro do rock David Bowie.