Crítica: Capitão América - O Primeiro Vingador

Ficha Técnica

Direção: Joe Johnston
Roteiro: Joe Simon, Stephen McFeely, Christopher Markus, Jack Kirby
Elenco: Chris Evans, Samuel L. Jackson, Hugo Weaving, Sebastian Stan, Hayley Atwell, Toby Jones, Tommy Lee Jones, Dominic Cooper, Neal McDonough
Fotografia: Shelly Johnson
Música: Barry Goldberg
Direção de arte: Ivo Husnjak
Figurino: Heidi Kaczenski
Edição: Jon Poll
Produção: Kevin Feige
Distribuidora: Paramount Pictures Brasil
Estúdio: Marvel Enterprises
Duração: 124 minutos
País: Estados Unidos
Ano: 2011
COTAÇÃO: ENTRE O BOM E O MUITO BOM





A opinião

A Marvel está de volta aos cinemas, contando a história de “Capitão América”, o primeiro vingador, que é o álter ego de Steve Rogers, um personagem de HQ, criado por Joe Simon e Jack Kirby. Aparecendo pela primeira vez em março de 1941. O personagem, extremamente patriótico, é o responsável por fornecer esperança ao povo americano, cada vez mais descontente. Ele enfrentou os nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, mas caiu na obscuridade após o fim do conflito. No processo, incluíam-se apresentações em que Adolfo Hitler era socado pelo Capitão América. Steve Rogers (Chris Evans, nascido em 13 de junho de 1981, de “Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado” vivendo o Tocha Humana) tem saúde frágil, vem de família pobre e sonha em fazer parte do exército americano.

Esse sonho se inviabiliza por conta dos problemas de saúde, mas chama a atenção de um general que vê a dedicação do garoto. Por isso, o general o convida para participar do teste do soro radioativo chamado Supersoldado. Rogers, então, fica saudável e começa o treinamento intensivo para lutar contra o mal na liderança do grupo Os Vingadores. “Bom se torna bom, mau se torna mau”, diz-se sobre os efeitos do soro. Trocando em miúdos. Steve é o bom. E o Caveira Vermelha, seu arqui-inimigo, é a figura do mal. A trama busca nas forças ocultas, deuses, elementos teutônicos e poderes especiais a fim de explicar a força e energia exacerbada que envolve seus personagens. As armas incluem destruição de moléculas, como se a pessoa nunca existisse, descobertas por elementos químicos poderosos.

Como de costume, a narrativa apresenta-se fantasiosa e de realismo fantástico. O que difere as histórias que a Marvel conta, é a inclusão do crível, do possível. O abstrato torna-se real. Há realidade, em diálogos perspicazes e sarcásticos expondo a fragilidade da ingenuidade e a luta por algo. O desejo luta para que torne permitido. “A América precisa de um salvador”, diz-se. Outras fragilidades são questionadas: a despreparação dos soldados, aqueles que lutarão para proteger a pátria. A fotografia quer a nostalgia. Mostra-se um misto de amadeirada e acinzentada, com brilho fosco.

O menino frágil, depois do soro e da massa adquirida, ganhou confiança demais. Mais uma vez enaltece a característica americana: invencibilidade e “arrogância”. O alvo novamente é Nova Iorque. Coitada. Sempre destruída. Há cameras lentas, músicas de efeito, ações dramáticas, mas isto não é para ser visto como clichê, e sim perceber novas características do povo americano: o drama e o efeito. O diretor Joe Johnston (de “Querida encolhi as crianças”, “O Lobisomem”, “Jumanji” e finalizando “Jurassic Park IV”) imprime emoção às cenas, que apreciadas na tecnologia 3D, criam um aprofundamento do espectador ao objetivo pretendido.

Não há lágrimas, mas acontecem arrepios, típicos dos americanos, que manipulam a sinestesia de quem assiste. A única arma do Capitão América é seu escudo, usado para defesa e também ataque, quando então funciona como um bumerangue. Feito de uma liga de dois metais que só existem no universo, misturando o Adamantium, um metal muito mais duro que o diamante e superior ao titânio em resistência, e o Vibranium, que é capaz de absorver qualquer forma de energia, vibração ou impacto. Assim, é indestrutível e absorve o impacto e a força de tudo que lhe atinge. Usado como a única arma do paladino da justiça. Os seus poderes, as capacidades sobre-humanas são: Força, agilidade, reflexos, resistência, imunidade Fisiológica (Caso contrário, se o soro não lhe desse poderes, morreria ao ficar congelado tantos anos).

O elenco de peso ajuda em muito a convencimento do espectador. "Eu vi o futuro. Não há bandeira", diz-se travando a luta entre a esperança de um novo mundo e o pessimismo latente e incrustado. Assim, o Dia "V" da vitória chega, complementada pela trilha sonora de Alan Silvestri (de "Forrest Gump"). Concluindo, um filme que expressa exatamente as características principais de seu personagem. É ágil, profundo, crítico a América. A máscara original a ser usada no filme possuía buracos que permitiam que as orelhas de Matt Salinger fossem vistas. Entretanto, como esta máscara era bastante desconfortável, não foi usada. Com isso Salinger usou orelhas falsas quando estava com o uniforme do Capitão América. Para que Chris vivesse o frágil menino, foi usada computação gráfica. Mas o processo incluiu ganhar sete quilos de massa muscular para que pudesse encarnar as melhores virtudes do homem americano - e de preferência vestir as cores da bandeira do país no uniforme. Recomendo.



O Diretor

Joe Johnston nascido em Forth Worth, Texas, em 1950.

Filmografia

1989 - Querida, Encolhi as Crianças (1989)
1991 - The Rocketeer (1991)
1994 - Pagemaster - O Mestre da Fantasia (1994)
1995 - Jumanji (1995)
1997 - O Céu de Outubro (1997)
2001 - Jurassic Park III (2001)
2004 - Mar de Fogo (2004)
2010 - O Lobisomem (2010)
2011 - Capitão América: O Primeiro Vingador
2012 - Jurassic Park IV