Dieta Mediterrânea

Ficha Técnica

Direção: Joaquín Oristrell
Roteiro: Yolanda García Serrano, Joaquín Orestrell
Elenco: Olivia Molina, Paco León, Alfonso Bassave, Carmen Balagué, Roberto Álvarez, Jesús Castejón
Fotografia: Albert Pacual
Montagem: Aixalà, Domi Parra
Música: Josep Mas, Salvador Niebla
Produção: Marta Esteban, Gerardo Herrero
Distribuidora: Imovision
Duração: 100 minutos
País: Espanha
Ano: 2009
COTAÇÃO: ENTRE O RUIM E O REGULAR



A opinião

“Dieta mediterrânea” é o novo filme de Joaquín Oristrell, diretor de “Inconscientes” e “Entre as pernas”, ambos competentes e interessantes – pela experimentação estética. Então, por causa disso, é admissível que haja um deslize em sua carreira. O filme em questão, que mistura gastronomia e paixões, possui uma narrativa eclética folhetinesca. Mistura gêneros sem equilíbrio. Joaquim erra a mão desta vez. Salgando ou adoçando, em excesso redundante, os elementos. Perde-se na própria história. A trama confunde o espectador, que não sabe qual caminho seguir. O roteiro transmite uma atmosfera que deseja ser elegante – utilizando a cozinha internacional de qualidade, mas o que se consegue é a pretensão por abordar com situações bobas e patéticas. É uma comédia pastelão que quer ser transgressora e libertária, porém passeia apenas pelo clichê do óbvio.

Narrado pela filha contando a história da mãe que tem dois homens e sua relação sem pudores. A fotografia alaranjada do inicio referencia ao estilo nostálgico e gasto de uma imagem envelhecida. Os diálogos não chegam a um denominador comum. Vão do pastelão ao humor negro. “Suicídio. Suécia, Manteiga”, diz-se. É direto, exagerado, comercial. Alude, muito superficialmente, a “Como água para chocolate” e ou “Tomate verdes fritos”, quando experimenta a sensação física de se provar alimentos. “Seu pai é um maricas, típico de homem que passa muito tempo no mar”, diz-se. Sofia (Olivia Molina) nasceu prematura, no mesmo dia e ano do assassinato do presidente norte-americano Robert Kennedy. De personalidade forte, ambiciosa e talentosa, ela cresce ajudando os pais no restaurante da família. Já adolescente, se apaixona por dois rapazes, mas se casa com Toni (Paco León), o genro dos sonhos de sua mãe, com quem tem três filhos. A outra paixão de Sofia, Frank (Alfonso Bassave), é um agente de artistas malsucedido.

Mas é com Frank que Sofia vai explorar possibilidades na culinária, revolucionando seus dotes na cozinha e, principalmente, sua própria vida. Ela tenta quebrar o machismo da sociedade por imprimir ser uma mulher mimada e intransigente. Quanto mais avança, podemos lembrar referencias, também muito sutilmente, a “Três formas de amar” e “Um cama para três”. As interpretações encenadas, teatrais, exageradas e de efeito destroem o pouco que se possa absorver. As reviravoltas resolvem-se com pressa e com desespero. É a história, resumindo, da maior cozinheira do mundo. “O que importa é seguir buscando”, filosofa-se. Concluindo, um filme chato que não respeita a inteligência do espectador. Que não agrada nem o publico masculino, nem feminino. Um longa que já nasceu solado e queimado. Não recomendo.

O Diretor

Nasceu em Barcelona, Espanha, em 1953. Estudou Filosofia e estreou como roteirista na TV espanhola. Trabalhou como roteirista e diretor de séries de TV como Majoria Absoluta (2002-2004) e La Via Augusta (2007). Dirigiu, entre outros, os longas-metragens Novios (1999), Inconscientes (2004) e Va a Ser que Nadie es Perfecto (2006).