Os Yes Men Consertam o Mundo



A opinião

O filme questiona, com sarcasmo, o poder das grandes empresas, e do economista Friedman, de não se importarem com os indivíduos, apenas com lucro e riqueza. Com argumentos surreais, patéticos e ridículos enganam pessoas passando-se por quem não são. "O único esqueleto bom é o dourado", diz-se. São dois piadistas que resolvem salvar o mundo desse tipo de gente. Fornecendo falsas esperanças aos que realmente necessitam. O que os representantes dessas empresas e do governo pregam é que há riscos por seguir o futuro. Eles não se creditam, repetindo as mesmas idéias clichês e óbvias. Por outro lado, são bombardeados pelos Yes Men. Os seus projetos chocam para acabar com a hipocrisia e a alienação, mas o que conseguem é chamar a atenção e deixar as pessoas mais interessadas em suas idéias. Faz graça com piadas idiotas, persuadindo assim os que se acham inteligentes. Cria-se a utopia exagerada e inviável. Logo, a moral do filme é que essas piadas não são tão idiotas assim, pelo contrário, muito inteligentes, porque são absorvidas por idiotas achando que sabem de tudo. É genial. Muito bem feito. Expõe com competência e humor na medida certa a individualidade exacerbada que causa a exclusão do pensamento e do questionamento da sociedade. Aceita-se tudo calmamente, de forma resignada. Vale muito a pena. Recomendo.

Ficha Técnica

Direção:Andy Bichlbaum , Mike Bonanno, Kurt Engfehr
Roteiro:Andy Bichlbaum, Mike Bonnano
Elenco:Andy Bichlbaum, Mike Bonanno
Fotografia:Raul Barcelona
Montagem:April Merl
Música:Neel Murgai, Noisola
País:Estados Unidos
Ano:2009

A Sinopse

Andy Bichlbaum e Mike Bonanno, The Yes Men, disfarçam-se de executivos para se infiltrarem em eventos para desmascarar autênticos criminosos corporativos. Seu ativismo cômico consiste em criar oportunidades para expor ao ridículo, diante da grande mídia, os responsáveis por crimes contra o planeta. Revelando os princípios de mercado que orientam os poderosos, tornam visíveis ao mundo os bastidores de grandes empresas e suas diretorias, capazes de provocar tragédias sociais e ambientais sem tamanho em nome do capital. Prêmio de público no Festival de Berlim 2009.



Os Diretores

Andy Bichlbaum, cujo nome verdadeiro é Jacques Servin, tem conseguido esconder sua identidade até agora.

Mike Bonanno, cujo nome real é Igor Vamos, é um artista residente em Nova York que ganhou reconhecimento na década de 90 com seus filmes experimentais e paródicos sobre a mídia.

Kurt Engfehr (camera) é editor de programas televisivos e documentários, e trabalha como produtor desde 2002 com diretores como Michael Moore.