Navidad



A opinião

O filme possui uma atmosfera estranha, utilizando a camera como observatório e permite a participação de quem está assistindo. Descreve o cenário e os personagens, contando a trama aos poucos, juntando o quebra-cabeça. As peças estão perdidas, internamente, em segredos, que não há compartilhamento com o espectador. Espera acontecer no meio de diálogos sem sentido e sem 'quimica'. O filme desconfia, confia, mostra algo, volta atrás. É confuso, e não propositalmente. A fotografia é competente, os ângulos também. A última cena é incrível. As reviravoltas tornam-se chatas, pretensiosas e inexperientes. A estranheza continua, com tudo, num ambiente nostálgico. O roteiro manipula, tentando conduzir para um lado, sabendo que a resposta é no outro. Mas não consegue êxito, apenas o óbvio mal feito. A cena do fósforo é bem legal. Tente fazer depois. "Quando vai parar de sofrer", ela pergunta. "Quando morrer", ele responde. Comportam-se como rebeldes do próprio mundo sem conteúdo para eles e para quem está fora da tela do cinema. Há maneiras e maneiras de se contar um histporia, o diretor escolheu indevidamente.

Ficha Técnica

Direção:Sebastian Lelio
Roteiro:Sebastián Lelio, Gonzalo Maza
Elenco:Manuela Martelli, Alicia Rodríguez, Diego Ruíz
Fotografia:Benjamin Ecazarreta
Montagem:Sebastián Lelio, Soledad Salfate
Música:Victor Jara, Cristobal Carvajal
País:Chile / França
Ano:2009

A Sinopse

Alejandro tem 17 anos e namora Aurora, de 18. Eles decidem passar o Natal juntos na casa abandonada da família de Aurora, no sopé dos Andes. Mas o relacionamento dos dois tem sido perturbado por constantes desentendimentos. Alejandro se sente frustrado em relação à própria vida, e Aurora está em crise com sua sexualidade. Quando o rompimento parece a única solução, o casal é surpreendido por Alicia, adolescente de 16 anos que fugiu de casa. Simultaneamente, Alejandro e Aurora se veem atraídos pela intrusa. Quinzena dos Realizadores de Cannes 2009.



O Diretor

Nasceu em 1974, no Chile. Formou-se na Escola Chilena de Cinema. Após dirigir diversos curtas-metragens e dois documentários, realizou em 2004 seu primeiro longa-metragem, Sagrada Família. O filme foi vencedor do prêmio SIGNIS no Festival de Cinema Independente de Buenos Aires (BAFICI). Em 2006, foi selecionado para a residência do Cinéfondation do Festival de Cannes para desenvolver o projeto deste, que é seu segundo longa.