O Fim do Amor



A opinião

A maioria dos filmes gays são superficiais e fúteis. Esse filme não é. Nem um, nem outro. Filmado em camera digital HD, apresenta uma história não linear. É entrecortado como um quebra-cabeça. O espectador fica com a responsabilidade de monta-lo. A fotografia é interessante demais, principalmente a cena das drogas. o diretor consegue aprofundar os personagens mesmo com as cenas fora de ordem. É o cotidiano da vida de um gay comum, com todos os recursos e artifícios deste meio. Ele trabalha numa loja chamada Estrutura Privada. O roteiro, realista e sincero, sem julgamentos, retrata o começo, a transformação, o recomeço, o fim e a perda, dependendo de qual parte esteja assistindo. A música ajuda, sem ser piegas, a conduzir a trajetória do personagem, como uma de solo de guitarra elétrica. O filme lembra o estilo de Wong Kar-Wai de ser em muitos momentos. É muito díficil um filme sério com temática gay terminar bem. Esse não podia ser diferente. Mas isso percebe-se logo no ínicio, pela leitura da sinopse. É um filme pesado, tenso, denso, deprimente pelo próprio ambiente. Extremamente competente e com conteúdo. Imperdível.

Ficha Técnica

Direção: Simon Chung
Roteiro: Simon Chung
Elenco: Lee Chi Kin, Ben Yeung, Clifton Kwan
Fotografia: Kent Wong, Sze-chun
Montagem: Risky Liu
Música: Hau Kwong Mo
País: Hong Kong / China
Ano: 2009

A Sinopse

Ming é um jovem gay cuja mãe cometeu suicídio após pegá-lo na cama com o namorado Yan. Ao deixar o apartamento em que morava com ela, Ming aluga um quarto na casa de Cyrus, que vive entregue a festas e drogas. Embarcando no estilo de vida do companheiro, ele passa também a se prostituir. Quando Yan descobre, ameaça romper com ele, mas termina voltando atrás. Seu impulso de salvar o jovem amante o leva a chamar a polícia, fazendo com que Ming seja preso e levado a um centro de reabilitação cristão. Lá ele conhece Keung, ex-viciado em heroína, e os dois iniciam uma forte amizade.



O Diretor

Formou-se em produção cinematográfica na Universidade de York em Toronto. De volta a Hong Kong, trabalhou em diversas produtoras locais de cinema e televisão, e é um dos membros fundadores da distribuidora de filmes independentes de Hong Kong Ying E Chi, de cuja diretoria é membro. Seus curtas-metragens foram exibidos e premiados em diversos festivais internacionais. Em 2005 realizou seu primeiro longa, The Innocent.